
O alemão Chrétian Kramp (1760-1826) foi um médico muito competente e matemático de fama. Os seus colegas de clínica afirmavam em tom de brincadeira, que Kramp procurava curar as doenças dos seus pacientes por meio de equações. Na verdade, porém, como médico era muito bem conceituado e como analista deixou o seu nome ligado a altas pesquisas na Trigonometria Esférica e no Cálculo Integral.
É notável a variedade de formas geométricas que os organismos vivos apresentam. Esta constatação terá levado Platão a formular o aforismo, "Por toda a parte existe a Geometria".
"Sim – terá confirmado o geómetra suíço Leonhard Euler (1707-1783) - mas são precisos olhos para vê-la".
E diz-se que o italiano Joseph-Louis Lagrange (1755-1819) teria acrescentado ao complemento de Euler: "E inteligência para compreendê-la".
Parece-nos porém (Malba Tahan, 1974), que a frase só ficaria completa com este fecho: "...e alma de artista para admirá-la".
O que daria como redacção final conjunta:
"Por toda a parte existe a Geometria, mas é preciso olhos para vê-la, inteligência para compreendê-la e alma de artista para admirá-la".
E nós, porque também temos alguma coisa para dizer, atrevemo-mos a lembrar que, como professores de matemática, se não podemos dotar os nossos alunos de alma de artista, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance no sentido de desenvolver as suas atitudes de atenção e observação. E procurar desenvolver a sua sensibilidade neste domínio, nomeadamente através do exemplo.
A humanização da matemática deverá começar, discretamente (nas suas acepções corrente e matemática), por cada um de nós.
Paternalista?
Possivelmente.
De tal pedimos desculpas e defendemo-nos com as nossas boas intenções.
(Adaptado do livro A Matemática na Lenda e na História, de Malba Tahan, 1ª edição da Bloch Editores, Rio de Janeiro, 1974)
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Eu já tinha visto esta frase maravilhosa. Creio que tenha sido meu amigo Elias Bechara, em nossa época de Universidade.
Achei aqui, ó.
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